A partir dos quatro meses de idade já intimidava as pessoas e os membros da família foram se afastando e ficando com medo de seus rosnados e mordidas que eram de brincadeira, mas já machucavam. O resultado é que ele foi sendo isolado e, consequentemente, sendo mais agressivo e cheio de energia acumulada. Ele terminou de plantar o medo no coração da família quando mordeu seu dono, o único que ainda interagia com Sansão. Embora o dono reconheça que o erro foi dele pois na ocasião da mordida ele estava alcoolizado e o cão percebeu isso.
O único contato com o cachorro passou a ser com ele amarrado, inclusive nas consultas com veterinário e vacinação. Aos dois anos, procuraram ajuda profissional e após três meses de trabalho e algum progresso, o adestrador desistiu e disse que era impossível. O medo de um cachorro é uma energia tão poderosa que o animal se sente grande, muito maior do que realmente é. O cachorro sente o medo das pessoas e o multiplica. E esse medo o torna cada vez mais agressivo.
Depois de consultar vários profissionais que se recusaram a reabilitar Sansão, pensar em doá-lo e até submetê-lo a eutanásia, seus donos entraram em contato com o terapeuta canino.
Foi meio assustador para o terapeuta canino saber que esse rottweiler de oito anos, pesando 65kg, estava socialmente isolado e agressivo. Então, o primeiro foco foi possibilitar os cuidados básicos de higiene e alimentação. O segundo passo foi identificar na unidade familiar a pessoa apta a assumir e desenvolver a liderança. Paralelo a isso está sendo feito um trabalho de reabilitação do animal fisica e psicologicamente principalmente com exercícios físicos. Os cães, como nós, também precisam de exercícios físicos para estimular os neutransmissores que proporcionam alegria e prazer.
O primeiro passo já foi dado. Começou uma amizade com Sansão. Em breve, continuamos essa história que com certeza terá final feliz!
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